Mercado reage à ligação entre Lula e Trump; especialistas apontam cautela
Segundo economistas, a conversa entre líderes dos EUA e do Brasil é interpretada pelo mercado como sinal de distensão diplomática e melhora de ambiente político
Em um dia de volatilidade nas bolsas e queda expressiva em algumas ações do mercado de capitais brasileiro, o real surpreendeu e se valorizou frente ao dólar nesta segunda-feira (6/10). O movimento destoou tanto do comportamento de outras moedas emergentes, quanto do avanço dos juros de longo prazo nos Estados Unidos, cenário que, em tese, pressionaria a moeda brasileira.
Por volta das 12h52, o dólar recuava 0,34% em relação ao real, enquanto o índice DXY — que mede a força da moeda norte-americana frente a uma cesta de divisas principais — subia 0,41%. A aparente contradição chamou atenção de analistas, que buscaram explicações fora do radar econômico imediato.
Para o economista André Perfeito, o movimento pode estar ligado ao anúncio divulgado mais cedo pela Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), informando sobre o telefonema entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A conversa, segundo nota oficial, teve tom amistoso e durou cerca de 30 minutos, com ambos os líderes relembrando o encontro “positivo” que tiveram em Nova York, durante a Assembleia Geral da ONU.
“Na ausência de outra notícia que justifique a valorização do real, acredito que a nota da Secom sobre a conversa entre Lula e Trump pode ter influenciado o movimento”, avaliou Perfeito. “Isso sugere uma volta gradual à normalidade diplomática e retira parte das pressões entre os dois países”, completou.
Ainda de acordo com informações oficiais, o vice-presidente Geraldo Alckmin continuará as tratativas com o secretário norte-americano Marco Rubio, em um gesto visto como continuidade do diálogo político e comercial.
Sinal político com reflexos econômicos
A reaproximação diplomática é interpretada por parte do mercado como um alívio temporário nas tensões políticas e comerciais que vinham marcando a relação entre Brasília e Washington. Desde o retorno de Lula ao poder, o tom entre os dois governos oscilou, em especial diante de divergências sobre temas ambientais, industriais e geopolíticos.
Com o real ganhando força, investidores também enxergam menor pressão inflacionária de curto prazo e alguma folga para o Banco Central em sua condução da política monetária — embora a tendência ainda dependa do comportamento dos juros norte-americanos e das sinalizações da política fiscal doméstica.
Expectativas cautelosas
Apesar do alívio momentâneo, analistas mantêm tom de cautela. “A valorização do real hoje parece mais um movimento pontual, guiado por uma notícia política, do que uma mudança estrutural de tendência”, pondera Perfeito. “Mas o fato é que qualquer gesto de normalização nas relações com os Estados Unidos tende a ser bem recebido pelo mercado.”
Segundo o economista, para os próximos dias, a atenção dos investidores deve continuar voltada tanto ao desdobramento do diálogo diplomático quanto aos indicadores de inflação e atividade econômica no Brasil e nos EUA.
*Com informações do Correio braziliense
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