Trump posiciona submarinos nucleares em resposta à tensão com Rússia e China

Movimento militar dos EUA ocorre simultaneamente a exercícios navais conjuntos entre Moscou e Pequim, aumentando a tensão geopolítica no Pacífico


Imagem de Waffty Fugg por Pixabay

Em meio a uma escalada de tensões globais, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou o deslocamento de submarinos nucleares americanos, em um gesto que sinaliza endurecimento diante das recentes provocações russas. A medida foi tomada nesta sexta-feira (1º/8), no mesmo dia em que Rússia e China deram início a um grande exercício naval conjunto próximo à cidade russa de Vladivostok.

A movimentação militar sino-russa, batizada de “Joint Sea 2025”, é realizada anualmente desde 2012 e conta nesta edição com a participação de navios de guerra, destróieres, embarcações de apoio e tropas navais dos dois países. Segundo informações do Ministério da Defesa chinês, o treinamento é dividido em duas fases: uma teórica, com seminários e troca de informações estratégicas, e outra prática, que envolve patrulhas marítimas no Oceano Pacífico até o dia 5 de agosto.

Enquanto isso, o governo americano mantém sigilo sobre a localização dos submarinos enviados, mas a decisão ocorre após uma troca de declarações hostis entre Trump e o ex-presidente russo Dmitry Medvedev, atualmente membro do Conselho de Segurança da Rússia.

Medvedev acusou Trump de colocar os Estados Unidos e a Rússia em rota de colisão com suas políticas comerciais agressivas. Em resposta, o líder americano afirmou que o russo “está ultrapassando limites perigosos” e classificou sua retórica como “ameaçadora e irresponsável”.

A tensão aumentou quando Medvedev mencionou uma possível retaliação com armamentos de alta destruição, insinuando o uso de um míssil nuclear de categoria estratégica — frequentemente apelidado de “arma apocalíptica” por especialistas militares. A fala foi considerada provocativa pelo governo americano e acelerou a resposta de Trump, que decidiu pelo envio imediato de parte da frota submarina dos EUA.

A decisão reacende o alerta global sobre a crescente rivalidade entre potências nucleares, em um momento em que alianças militares estratégicas — como a aproximação entre Moscou e Pequim — ganham novo fôlego. Especialistas apontam que os exercícios navais conjuntos reforçam o sinal de que Rússia e China estão intensificando sua cooperação militar em meio à deterioração de suas relações com Washington.

Ainda não há sinal de que a movimentação militar levará a confrontos diretos, mas analistas internacionais alertam para o risco de incidentes acidentais em áreas de patrulha compartilhadas. O Departamento de Defesa dos EUA não confirmou se os submarinos estão em operação no Pacífico, mas indicou que todas as ações seguem “em conformidade com a doutrina de dissuasão estratégica”.

Com a tensão geopolítica em alta, a expectativa é de que os próximos dias sejam decisivos para medir o grau de disposição das potências envolvidas em escalar — ou conter — o confronto.

Da redação Estrutural On-line

Francisco Gelielçon