Haddad sobe o tom contra o Congresso e rebate críticas de Bolsonaro
Ministro da Fazenda se posiciona em defesa da política fiscal do governo Lula e diz que vai fechar brechas para “jabutis” no Legislativo
Durante o lançamento do Plano Safra para agricultura familiar nesta segunda-feira (30/6), no Palácio do Planalto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quebrou o protocolo para rebater críticas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), cobrar o Congresso Nacional e defender a aprovação da reforma do Imposto de Renda.
Haddad pediu licença para falar fora da pauta do evento e respondeu a declarações de Bolsonaro feitas durante uma manifestação na Avenida Paulista, no domingo (29). O ex-presidente compartilhou uma publicação do deputado Filipe Barros (PL-PR) que acusava o presidente Lula de dificultar o acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC).
“Todo dia ele aparece com uma mentira nova. Hoje, ele está acusando o senhor de cortar benefícios sociais”, disse Haddad, dirigindo-se a Lula. O ministro explicou que as recentes alterações no BPC não reduzem o acesso ao benefício, mas ampliam as possibilidades de concessão.
Entre as mudanças anunciadas na última semana estão a exclusão de mais itens do cálculo da renda familiar — o que facilita o acesso ao programa — e o fim do prazo fixo de dois anos para revisão. A partir de agora, beneficiários poderão ser convocados a qualquer momento, e, caso não se enquadrem mais nos critérios, terão o pagamento interrompido.
“Essa mudança é para garantir que quem realmente precisa tenha acesso, e com mais justiça. É falso dizer que houve corte”, afirmou Haddad.
Recado ao Congresso e ao mercado
O ministro também aproveitou o discurso para defender sua política fiscal, alvo de críticas do Congresso Nacional e do mercado financeiro, especialmente após o governo não alcançar a meta de zerar o deficit primário em 2024.
Haddad reforçou que o equilíbrio das contas públicas segue como prioridade e cobrou o avanço da proposta de reformulação do Imposto de Renda. Segundo ele, o governo pretende apresentar um novo projeto já no próximo mês, com foco na ampliação da faixa de isenção para pessoas físicas e no fechamento de brechas para grandes contribuintes.
“Nós vamos fechar todas as brechas que são criadas por jabutis”, declarou Haddad sobre as emendas que incluem dispositivos sem relação com o texto original de projetos de lei.
A cobrança de Haddad ocorre num momento de impasse entre o Executivo e o Legislativo em torno da pauta econômica. O governo tenta avançar com propostas para aumentar a arrecadação e corrigir distorções no sistema tributário, mas enfrenta resistência entre parlamentares.
Clima político tenso
A manifestação de Bolsonaro no domingo reaqueceu os embates entre governo e oposição. O ex-presidente subiu o tom contra Lula e voltou a mobilizar sua base com críticas a política econômica do governo e aos programas sociais.
O Palácio do Planalto, por sua vez, aposta na defesa de programas voltados à inclusão e na aprovação da reforma tributária como trunfos para melhorar a percepção da população e do mercado.
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