Entenda a cirurgia feita por Juliano Cazarré

 

Especialista explica o que é a reconstrução do ligamento cruzado anterior e reforça a importância da reabilitação após o procedimento


O ator Juliano Cazarré passou por uma cirurgia para reconstrução do ligamento cruzado anterior (LCA) do joelho — uma lesão frequente entre atletas, mas que também pode atingir pessoas que não praticam atividade física regularmente.


De acordo com o ortopedista Dr. Pedro Ribeiro, o LCA é um dos principais ligamentos responsáveis pela estabilidade do joelho. “Ele impede que a tíbia deslize para frente em relação ao fêmur e atua especialmente em movimentos de giro e mudança de direção”, explica. “Quando o ligamento se rompe, o paciente pode sentir estalos, dor, inchaço e uma sensação de falseio no joelho.”


A lesão acontece, principalmente, em movimentos de torção com o pé fixo no chão. “É comum em esportes como futebol, vôlei e basquete, mas também pode ocorrer em situações do dia a dia, como ao descer escadas ou escorregar no banheiro”, alerta o médico.


O tratamento depende do grau da lesão, mas em casos de rompimento total, como no de Cazarré, a reconstrução cirúrgica é o mais indicado. “O procedimento é feito com um enxerto, que pode ser retirado do próprio paciente, e tem como objetivo restaurar a função do ligamento lesado”, afirma Dr. Pedro.


A recuperação exige disciplina e acompanhamento especializado. “A reabilitação é fundamental. Nos primeiros meses, trabalhamos para recuperar a amplitude de movimento e controlar a dor e o inchaço”, explica. “Depois, focamos no fortalecimento muscular e no treino de equilíbrio e coordenação, sempre respeitando os limites do paciente.”


Segundo o especialista, o retorno às atividades normais pode levar de seis a nove meses. “Cada caso é único. O tempo de recuperação depende de fatores como idade, nível de atividade, comprometimento com a fisioterapia e a resposta do organismo à cirurgia.”


Dr. Pedro reforça que, mesmo após a alta, é importante manter os cuidados. “Voltar muito rápido às atividades físicas ou ignorar os sinais do corpo pode colocar em risco todo o tratamento. A pressa é inimiga da boa recuperação.”

Paulo Melo